Dous ou tres dias depois (parece-me que foram tres: aquillo de que eu não estou bem certo não affirmo), ás onze horas da manhã, mais minuto, menos minuto, estava á porta da snr.ª D. Rosa Guilhermina Taveira, o snr. Antonio José da Silva limpando o suor, e puxando para o abdomen o coz do rebelde collête de velludo preto, que lhe marinhava em rofêgos pelo estomago.
Arranjadas assim as cousas do seu logar, o negociante puxou a campainha, e perguntou se podia fallar á snr.ª D. Rosa. Responderam-lhe que a menina estava na cama curando uma constipação. Disse que queria fallar á snr.ª D. Maria Elisa, e mandaram-no subir, o que elle fez, puxando, com ambas as mãos, o indomavel collête, que subia a ponto de descobrir o coz das ceroulas, as quaes rebentavam comprimidas pela arquejante barriga de seu dono.
Esperou alguns minutos, que lhe não foram penosos, porque os aproveitou mirando-se em um espelho de sala pendurado defronte da sua cadeira. Conversando com a sua imagem, o snr. Antonio perguntou a si proprio se era elle por ventura o venturoso amado que apaixonára a amiga de Rosa a tal ponto que a virtuosa Angelica (apesar da lingua damnada da Anna Canastreira) escrupulisava, não esgotando da sua parte todos os esforços para que elle Antonio José annuisse, como homem e christão que era, ao suspirado casamento.
Esta era a primeira parte do monologo do negociante. A segunda, porém, era mais dramatica. O homem tinha pundonor como outro qualquer. Despresado pela filha do arcediago (que Deus tenha em sua sancta gloria) resignára-se, mas não se esquecia do ultraje immerecido. Pensára muito na vingança; mas não sabia com que armas nobres devia vingar-se. Se elle quizesse desforrar-se com deshonra para a sua consciencia, não lhe faltariam occasiões como a que tivera, pouco antes, na qualidade de amigo intimo do curador dos orphãos. Quizesse elle, e Rosa não sahiria do recolhimento. Mas o snr. Antonio José da Silva era um homem honrado, temente a Deus, supposto que peccador, e incapaz de vingar-se vilmente. O desforço, que elle ambicionava, devia ser cavalheiroso, e digno de especial menção no romance, que, trinta annos depois, devia occupar-se da pessoa do snr. Antonio, digna, a todos os respeitos, de fazer gemer os prélos, e dar consumo ao papel das nossas fabricas, interesse duvidoso aos editores, e não sei que migalhas a mim, humilde apologista de todos os Antonios, maiores que o seu seculo, e credores da immortalidade.
Era chegada, pois, a occasião d'este appetecido desforço. O negociante era amado, e amado pela intima amiga de Rosa, tão nova e tão gentil como ella. Antonio José da Silva, dispensador de graças do seu munificente coração, prodigalisaria extremos á sua amante ditosa, na presença da despresada ingrata, que se morderia de raiva. Ostentaria caprichosamente os seus ardores de amante e marido no sumptuoso luxo de sua mulher. Rosa ficaria levadinha da breca (esta phrase é d'elle genuina) quando não podesse hombrear com os calcanhares da outra. Ora aqui está no que pensava o snr. Antonio, durante os cinco minutos que esperou na sala, não lhe esquecendo de conter nos seus justos limites o collête, que parecia de borracha, porque apenas se via livre dos dedos impertinentes de seu dono, saltava logo para o pescoço, deixando mal velado o promontorio das regiões adjacentes, por não dizer sempre barriga, que é uma palavra que me destôa, e fere os ouvidos pudicos do sexo por excellencia.
No decurso de cinco minutos, que faziam as duas amigas? Estavam perturbadas pela surpreza de similhante visita.
Nem se lembravam já da scena burlesca em que a snr.ª Angelica promettera apiedar seu irmão a favor da delirante Elisa. A vinda inesperada suscitou-lhes a desconfiança de que o snr. Antonio vinha colerico e enfurecido, reprehendel-as da galhofa com que receberam sua irmã, e talvez ameaçal-as de que, por ordem do tutor, Rosa outra vez seria obrigada a recolher-se, e de mais a mais separar-se da sua amiga.
A filha de Anna do Carmo não estava doente. Aquelle pretexto era o susto da desconfiança que assaltou a ambas. Ora Maria Elisa, menos timida, ou mais desenvolta, contra a vontade de sua amiga, não duvidou receber a visita do snr. Antonio, e preparava-se para chalacear as suas iras, se elle não viesse ás boas, como era de suppôr, ou ao menos a vaidosa Elisa tinha a sem-ceremonia de vaticinar.
Depois arrependeu-se de o mandar subir; e perguntava a Rosa a maneira decente de o despedir, sem ir á sala. N'esta consulta demoraram-se os cinco minutos, e resolveram, por fim, que seria mais discreto ouvil-o, e amacial-o, para que o maldito as não indispozesse com o tutor de modo que as forçassem a uma cruel separação. Elisa, inferior á sua galhofeira coragem, entrou acanhada na sala, justamente no momento em que o snr. Antonio dava o ultimo puxão ao collête, e limpava a terceira camada de suor que lhe envernizava as pandas bochechas.
O negociante ergueu-se, himpando, e levou ambas as mãos ao chapéo, que apenas levantou da cabeça meio calva.
—Ha de dar licença que me cubra—disse elle—porque venho suado, e sou atreito a catarrhos... Aqui corre o ar de encontro áquella porta, e não é lá das melhores cousas para quem traz os póros abertos.
—Esteja a seu bel-prazer, e queira sentar-se—disse Elisa, suspeitando ainda que, depois do brutal cumprimento, viria a trovoada dos brutaes insultos.
—Então a Rosinha diz que está constipada?
—Bastante enferma. A minha amiga tem uma compleição melindrosissima.
—E pouco tino tambem. Quando ella esteve comigo era uma desacautelada; levantava-se do calor da cama, e vinha com o saioto pela cabeça acocorar-se na varanda a brincar com a gata... Diacho da gata! era tão amiga d'ella que não viveu muito depois que a não viu em casa! Ha bichos, que só lhe falta a razão, que no mais parecem mais amoraveis que as proprias creaturas com alma! A boa da gata ia-se pôr á porta do quarto d'ella a miar miau, miau, miau, e, a final de contas, não queria comer, nem beber, até que appareceu morta no telhado do visinho...
—Misera gata! que infeliz morte!
—Pois é verdade. Isto veio a respeito de dizer que a Rosinha está constipada. Aquillo a respeito de cabeça não regula lá grande cousa, a fallarmos a verdade.
—É uma excellente menina, cheia de virtudes...
—Eu não digo menos d'isso; mas de cá se vai a lá. Deixe-a ter mais dous annos, e verá onde vai dar comsigo...
—Eu creio que ella saberá conter-se nos honestos limites que lhe são demarcados pela honra, e pelo dever.
—Pois Deus a ouça; mas duvido. Pelo que me disse minha irmã, ella traz na cabeça umas tolices que não hão de ter boa sahida. Inda não ha tres mezes que sahiu do recolhimento, e já conhece não sei quantos namoros.
—Isso é uma injustiça, snr. Silva. A minha amiga Rosa Guilhermina não tem namoro algum.
—Deixe-se d'isso, não a defenda, que eu cá sei tudo. Minha irmã fallou-me n'um tal cadete chamado Liberato, ou Celibato, ou não sei que, e um proprietario que tem o nome arrevezado assim a modo de Apparicio... ou Sponselicio... uma cousa assim... finalmente, oxalá que eu me engane, mas não lhe agouro bem... Emfim, quem mal fizer a cama, mal ha de dormir. A pena que eu tenho é ser ella filha do meu amigo arcediago, que Deus tenha na sua presença, que já lá sabe o bem e o mal que fez... Do mais, deixal-a lá, que o mal se o fizer, para si o faz...
—Não se afflija. A minha amiga será digna do bom pae que a morte lhe roubou, e não deshonrará jamais as cinzas paternas.
—Pois assim seja. Ora, menina, eu não sou d'esses bigorrilhas que dizem palavras de mel, e sabem d'esses circumloquios de trapalhadas com que enganam as moças, e, a final de contas, não dizem nada. Eu sou um homem chão... pau é pau, e pedra é pedra. O que sente o coração a bôca o diz, e o que a bôca não diz não sente o coração. Ora aqui está. Os homens entendem-se pelas palavras, e eu gosto de quem não está a fazer uma grande mastigada de palavras bonitas para dizer o que se diz em duas palavras. Eu venho aqui de proposito fallar com a menina, porque minha irmã Angelica foi d'aqui, ha tres dias, e disse-me certas cousas que me buliram no coração. Pelos modos a menina disse-lhe que se lhe não dava de casar comigo...
—Eu?!
—Não se envergonhe de ter confessado os seus affectos. Eu gosto da franqueza, e a gente muitas vezes perde por fallar de mais e fallar de menos. Á menina bem sei que lhe ha de custar esta conversa; mas, deixemo-nos d'essas bijutarias do costume, eu estimei muito saber que a menina gostára de mim...
—Eu... não disse que...
—Bem sei que não disse a cousa assim... Eu sei muito bem que a menina tem uma maneira de dizer as cousas com outras palavras mais discretas; mas o que é verdade diz-se com clareza, e eu sei entender as cousas.
Maria Elisa não previa similhante desfecho! A surpreza annullára-lhe por momentos o sestro chocarreiro, e a confusa moça não sabia qual dos partidos devia adoptar, se o da seriedade, se a brincadeira. De mais a mais, a cabeça de Rosa apparecera-lhe n'este momento, entre as duas portadas mal cerradas, e o riso, sua feição caracteristica, luctou cruelmente com a seriedade zombeteira, que ella queria sustentar.
—Eu, a fallar-lhe a verdade—continuou o snr. Antonio, persuadido que o silencio de Elisa era o natural pudor dos dezesete annos—a fallar-lhe a verdade, pela terceira vez que a vejo, não desgosto da sua pessoa. Quando a vi na grade do recolhimento fiquei sympathisando muito com as suas maneiras, e gostei de a ouvir fallar, porque eu não sou homem de estudos, mas sei dar valor ás cousas, e gosto de quem saiba dizer duas palavras.
—Ditosa mulher aquella que viver sujeita ao seu dominio! Os vôos do seu espirito não acharão fechados os vastos horisontes do talento, nos penosos dissabores domesticos.
—Que é? agora não percebi bem...
—Dizia eu que será uma felicidade pertencer a v. s.ª
—Felicidade... isso vai da maneira de vêr as cousas cada um. O que lhe posso desde já prometter é que não hei de dar-lhe penas.
—A mim?... Creio que não dará...
—Póde estar certa d'isso. Eu sei como se tratam as pessoas. A gente póde gosar a sua riqueza sem andar á compita com as grandezas dos fidalgos. Isso é que é asneira. Os fidalgos arruinam-se, e vivem por ahi sabe Deus como, atraz de mim e dos outros, que lhes damos a juro o nosso dinheiro, para as mulheres gastarem em velludos, assembleias, e theatros. Dizia o meu amigo arcediago, que quem sahe fóra da sua classe não tem classe nenhuma. É cá uma ideia que eu aprendi de cabeça, e acho isto bem dito: quem sahe fóra da sua classe não tem classe nenhuma.
—É um axioma.
—Que é?
—É um axioma, uma maxima, uma eterna verdade.
—Isso é. Um negociante é um negociante, e um fidalgo é um fidalgo. Andam ahi de carruagens uns tres cá da minha classe, que querem hombrear com os fidalgos, e mais hoje ou mais amanhã verão onde vai parar o negocio.
—Pois v. s.ª abomina a carruagem?
—É cousa em que nunca andei. Parece-me que aquillo não ha de dar grande saude ao estomago! Tombo para aqui, tombo para acolá, quem fôr nutrido como eu ha de por força soffrer dos bofes.
—Engana-se... A agitação, causada pelo balanço da carruagem, é saudavel.
—Devéras?! acho que não!
—Queira acreditar-me. Eu tenho lido varios authores de medicina, que recommendam o uso da carruagem ás pessoas nutridas, como meio de evitar as apoplexias.
—Ah! a menina leu isso nos livros?
—Sim, senhor, e como pessoa que se interessa no seu bem-estar, recommendo-lhe o uso da carruagem.
—E o carroção não fará o mesmo effeito?
—Creio que não: o carroção é mais moroso, menos agitado, mais impertinente nos solavancos.
—Pois eu estava resolvido a mandar fazer um carroção, porque tenho uma junta de bois na minha quinta de Lordello, e, visto o que me diz...
—Parecia-me que v. s.ª deveria possuir carruagem, já que os bens da fortuna lh'o permittem.
—Lá isso tenho eu para mais; mas que diriam os meus visinhos se me vissem de carruagem? Eram capazes de me apupar os tratantes!
—Deixe-se d'isso, senhor Silva. As suas commodidades são mais attendiveis que a critica estupida dos seus visinhos. Ora diga-me: se casasse com uma senhora debil, que precisasse de passear de carruagem para entreter o espirito nas delicias do campo, v. s.ª não lh'a compraria?
—Isso comprava; ponto é que minha mulher me fosse leal, e precisasse d'ella, porque lá, por luxo, acho que era uma asneira sustentar uma parelha de machos, e dois criados. E não será melhor uma cadeirinha, ou uma liteira?
—Isso é antiquissimo!... De que serve o dinheiro, se o não fazemos servir aos nossos prazeres?
—Diz bem; mas sempre é bom a gente gastar menos do que lhe rende o negocio.
—Concordo; mas acho justo que se engrandeça a gente tanto quanto é possivel.
—Pois a tal respeito fallaremos mais devagar. Agora é necessario que tratemos da nossa união. Eu estou disposto a casar com a menina, já que sympathisamos um com outro, segundo me disse minha irmã. A menina faz-lhe conta casar comigo?
—Acha-me digna de si?
—Eu que lhe pergunto se quer casar é porque sympathiso com a menina.
—Sabe que eu não sou rica?
—Sei que não tem nada de seu. Conheci muito bem seu pae, que era negociante, e quebrou com honra. Eu não lhe pergunto se é rica. Rico sou eu, e tenho de sobra para que nos não falte nada. O que eu quero é quem governe a minha casa, e herde os meus bens por minha vontade, porque o que tenho não quero que vá parar a sobrinhos. Se lhe serve, o que ha de fazer-se ao tarde faça-se ao cedo. Não tenho mais nada a dizer-lhe; pense no negocio, e responda-me breve...
—Eu responderei...
—Está dito tudo. Dê cá recados á doente, e saiba que fico sendo seu amigo.
O rico mercador de pannos retirou-se. D. Rosa veio a rir-se, ao encontro de Elisa, e, vendo-a séria, perguntou-lhe:
—Tu não te ris, Elisa?
A litterata respondeu com o silencio e a seriedade.
—Em que pensas tão trombuda?—replicou Rosa.
—Em que penso?... eu sei cá em que penso!... Acho que não penso!...
—Aposto que te serve o noivo?!
—Estás a caçoar, Rosa!
ENTRE-PARENTHESIS
Oh benemerita philosophia! quão sublimes effeitos a humanidade experimenta da tua sisuda influencia!
Oh candida filha do talento, irmã gemea da independencia, neta de Catão, e parenta proxima dos Catões da minha terra, oh patusca philosophia, que sancto prestigio tu exerces nas almas, desde que Diogenes arremessou a escudela que lhe não servia de nada!
Oh philosophia das mulheres, tu és sobre todas a melhor das philosophias! A teu respeito poderia eu escrever este capitulo XIII, que ficaria sendo um capitulo de abalo no espirito publico, mas, não tenho agora vagar, nem me lembra nada que se tenha escripto a respeito da philosophia das mulheres.
Apesar da minha ignorancia n'este ramo (unico em que não sou profundo) tentarei, indulgentes leitores, iniciar-vos na philosophia de Maria Elisa, que foi, honra lhe seja, a mais fervorosa sacerdotisa do culto.
Nada mais boçal, mais rude, mais soez, mais detestavel que a figura, o abdomen, o palavriado, o suor, e o collete, do senhor Antonio José da Silva.
D'accordo.
Nada mais repulsivo que os seus tres papos, que as compressas dos colleirinhos reduziam a seis rofêgos, parecidos com o intestino mesenterio do cevado, que é a mais saborosa das tripas do tal animal (seja dito de passagem).
Nada mais displicente que os seus olhos azues, abertos a canivete, na franja d'uma pequena testa quadrada.
Nada mais abominavel que os seus quatro dentes em anarchia, impellindo, emparceirados com a lingua, perdigotos ás legiões, que orvalhavam, a quatro palmos de distancia, a physionomia dos circumstantes.
Nada mais irrisorio que a supina ignorancia das suas sandices amorosas, á mistura com anexins fastidiosamente vulgares, e momices mais ou menos grutescas, mas sempre ridiculas ou nauseabundas. E os callos, e os joanetes? tudo horrivel!
D'accordo.
Mas o dinheiro do senhor Antonio José da Silva! o dinheiro, atilados leitores, vêde bem que se trata de dinheiro, dinheiro em abundancia, placas de ouro e prata, cousas torpes e vis, confessemos que sim, mas cousas com que se compram as carruagens, os velludos, os setins, os jantares, os bailes, a consideração, os ouvidos, os olhos, as linguas, as pennas, as eloquencias, com que tudo se compra inclusivamente os romances, illustradas leitoras, e intelligentes bachareis!
O DINHEIRO!
Vós não sabeis o que são essas oito letras, que só ellas valem as vinte e cinco do alphabeto! Vós não sabeis que eu conheço quatro, dez, trinta alarves d'uma estupidez fabulosa que escondem n'uma luva branca a mão, que deveria aguçar brochas, e palmilhar sapatos; que encostam aos coxins das carruagens os lombos musculosos que a natureza affeiçoára para as asperezas do costal; que mascaram a hediondez do vicio ignaro, o peor de todos, com o riso alvarmente cynico de todos os homens endinheirados, que é um riso particular.
Esses taes são tudo isso e mais alguma cousa; e eu sou o primeiro a sorrir-lhes urbanamente, com meiguice, com mimo até, folgo que me apertem a mão, que me chamem amigo, embora depois se riam de mim, folgo e ennobreço-me d'essa esmola de consideração, porque, se, em minha consciencia, reconheço que são elles os devassos, os torpes, os ignorantes, os incorrigiveis, a minha illustrada cabeça diz-me que eu ámanhã serei apedrejado, na praça publica, se esses taes passarem por mim sem me cortejarem, e retirarem a sua mão da minha.
O DINHEIRO, amigos! Eu nunca me cansarei de vos lembrar esta palavra, tres syllabas distinctas que fazem o unico deus verdadeiro d'este paganismo ignominioso em que medram os vicios da sociedade. Tres syllabas! trindade veneranda que representa o mytho de todas as religiões, em cada uma das quaes o profundissimo Dupuis achou uma trindade, e não descobriu esta, que eu tenho a honra de evangelisar-vos.
O DINHEIRO, emfim, foi o dinheiro, representado em Antonio José da Silva que perturbou a tranquillidade descuidosa de Maria Elisa, desde o momento fatal que a serpente, na feia figura do negociante, veio tentar a Eva da viella do Laranjal.